Revestido de vidro, razão
limpidez a toda prova
busca ele entender
sem jeito, trejeitos
de tramas, as manhas
de quem ama
Por que o por quê
incompreensível
sua razão, límpida
não explica
replica, confusa
a profusão
difusa, de tudo
de nada e bóia
se enrola,
jibóia
sufoca em seu vidro
razão a toda prova
e não prova, sequer
comprova
inutilmente, o que
sente: patologia?
mitologia?
esquizofrenia?
não entende, entenderá
dia algum
revestido em seu vidro
que nos permeios
nos meios, entremeios
que se ama
nem razão, ciência
outra quiromancia
põe termo, entendimento
mesmo tudo é sufocamento,
ignorância.
Sua razão não lhe confere
salvo conduto
por terras absurdas
águas salobras
amargas mesmo
de azedar qualquer dos sonhos
de chorar qualquer dos fortes
Razão é parco insumo
nessa matéria gasosa
intangível; é mantimento
deveras perecível
que faz minguar
até a mais profunda inanição
Razão: raso poço
em que não possa
beber o entendimento
desse confundimento
que chamam amar.