terça-feira, 18 de agosto de 2015

NUMA ALEATÓRIA MANHÃ DE INVERNO

o café doce na xícara
a mortadela cortada
palavras incertas talham o leite
numa manhã de inverno

como num quadro
qualquer cubismo
dou-lhe a forma míope
de meus óculos usados

um biscoito da sorte
traz sorte?
o sortido da voz
traz teu aleatório

dizer não firme
o que firma na poeira
um pano limpa
ou abandona

à própria sorte
novo nascer
ou nova morte
se cristaliza?