sempre vai faltar um verso
uma esrofe
um canto
sempre vai faltar um tanto
pra completar
o incompleto
e por não dito
no ir dizendo
se vai sempre
escrevendo
e no sempre ir completando
se incompletando vai
no faltar um verso a mais
uma estrofe
um sonho a mais
no belo da história que se conta
o quão é belo ver
que não é pronta
e que não cansam de escrever
em linha torta
fechando velha
e abrindo
nova porta
endireitando a pauta
que junto trilham
e no tentar
mais junto brilham
tecer o incompleto
que completam
e por incompletar-se
assim sempre faltando
o que se verse
escreva ou cante
sequer percebem
no seu irem fazendo
que assim mesmo se vão
inconscientes
mais inteiros e repletos
completando
quarta-feira, 31 de julho de 2013
segunda-feira, 22 de julho de 2013
UM NOVO BAIANO
Como posso?
vou vivendo
sendo um resto
ou tudo
como o todo
e parte
e como arte
vou vivendo
como mudo
e de tudo o que pergunto
de tudo o que ignoro
do sonoro
acorde
que acorda
que acordo
rabisco numa folha torta?
Vou vivendo?
como posso
sendo um tudo
ou resto
como que ao que presto
aparte
como mudo
vou vivendo
desta arte.
vou vivendo
sendo um resto
ou tudo
como o todo
e parte
e como arte
vou vivendo
como mudo
e de tudo o que pergunto
de tudo o que ignoro
do sonoro
acorde
que acorda
que acordo
rabisco numa folha torta?
Vou vivendo?
como posso
sendo um tudo
ou resto
como que ao que presto
aparte
como mudo
vou vivendo
desta arte.
terça-feira, 16 de julho de 2013
PRÓPRIA RECEITA
Pra entender?
por que?
as respostas todas
nunca perguntaram
sua hora de entrar no palco
interrogações
entre rogações
será a resposta certa?
é essa a questão?
onde seu gabarito
repousa?
onde o cartão-resposta?
onde a aposta
o cara e coroa
na prova a toa
cortina de fumaça
nas vagas respostas
que opostas
mais confundem que elucidam
Pra quê saber?
Pra quê perguntar?
melhor untar
da tácita ignorância
a fôrma do desfile inútil
esse bolo ignóbil
não traz perguntas
traz uma face estática
de quem desconhece a própria receita
por que?
as respostas todas
nunca perguntaram
sua hora de entrar no palco
interrogações
entre rogações
será a resposta certa?
é essa a questão?
onde seu gabarito
repousa?
onde o cartão-resposta?
onde a aposta
o cara e coroa
na prova a toa
cortina de fumaça
nas vagas respostas
que opostas
mais confundem que elucidam
Pra quê saber?
Pra quê perguntar?
melhor untar
da tácita ignorância
a fôrma do desfile inútil
esse bolo ignóbil
não traz perguntas
traz uma face estática
de quem desconhece a própria receita
segunda-feira, 15 de julho de 2013
UTOPIA DE MAIO
E se eu pudesse
se você soubesse
isso que condena
e que aquece
E se te assustasse
e se você quisesse
o que escandalizasse
e me surpreendesse
numa noite de julho
meu sonho de maio.
Um pássaro pia
um canto de utopia
você não saberia
nem mesmo saberá
ainda que eu gritasse
ainda que eu sonhasse
ainda que fizesse
algum sentido
ainda que sentido
ainda que sentado
como ando
como ainda
você não sabe
meu sonho de maio
numa noite de julho
ainda que pudesse.
se você soubesse
isso que condena
e que aquece
E se te assustasse
e se você quisesse
o que escandalizasse
e me surpreendesse
numa noite de julho
meu sonho de maio.
Um pássaro pia
um canto de utopia
você não saberia
nem mesmo saberá
ainda que eu gritasse
ainda que eu sonhasse
ainda que fizesse
algum sentido
ainda que sentido
ainda que sentado
como ando
como ainda
você não sabe
meu sonho de maio
numa noite de julho
ainda que pudesse.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
ROLETA
sorte enviesada
passou
já foi tarde
não é nada!
tirei a sorte grande
bilhete premiado
perdido num bolso
rasgado!
lançada está a sorte
queda perto
a roda da fortuna
no giro incerto
se nunca encontro
o jogo pago
torto curinga
aziago
não espere a sorte
como quem
a morte
aguarda em silêncio
em seu giro
vá vivendo
de boa sorte
ou sua ausência
vermelho ou preto
rima ou sem rima
triste é alegre
gaia-ciência
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