quinta-feira, 21 de novembro de 2013

EITO DE SEGUNDA-FEIRA

Não tem jeito
meu eito
se embaralha
com canções que flutuam
numa rede

A vida acaba sendo curta
e sempre furta
o tempo de entender
o que soçobra

Se venho ou vou
Se fui ou hei

Olhos castanhos me indagam
retine claro seu verso doce
e o que parece ser
é como se não fosse
mais invenção é
do pensamento!

Acordes mansos numa manhã veronal
uma saudade estica a tripa
arfa o peito
debruça-se sobre ripa
a rascunhar do pouco
rouco
que julga entender
da curta vida.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

FUTURO DO PRETÉRITO

o sabor ficou guardado
em velhos tachos de antanho

e uma saudade sem tamanho
retine no que foi passado

umas cartas antigas
de um tempo sem verbo

as vozes mais amigas
de que me assoberbo

esvaziam o palácio
do seu reino modesto

calam-se as palavras
ecoa o gesto

e todo o resto
vazio em envelopes amarelos

eu não sabia
que canções tão frias

diversas de teu modo rude
fossem relíquia de lembrança

a reavivar minha andança
de um tempo que não vivo

mas que tão perto
ficando vai em tua ausência