Um dia terei de volta
a espessa névoa de mistério que a tudo encantava?
Um dia a fome incautaacordará do berço em que soçobra?
E esse morno em que se entorna
em que descanso essa madorna
E esse vaso? Essa vazão sem volta?
essa revolta em que me envaso
A fúria doce que me arrebatara
onde repousa tal gema rara?
Onde ocultara a estrela primeira
de minha juventude atravessada?
Um afogamento a tudo afunda
Que a tudo e a todos o tédio abunda.
Abunda o bumbo, bambo bobeira
Repique rápido rasteira
E o mistério que encantava
E a fome incauta
Permanecem imersos na espessa névoa
que a tudo engolfa.