quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

DITADO MANETA

Como sabia que eu tinha visto?
como sabia que eu tinha quisto?
como sabia que era isto?

Se não sabe o que penso
como pensa que sabe?

tenho a certeza
que a certeza
que tenho
se equilibra num fio
sob a ventania de um tufão

cada verso vespertino
cada verso bizantino
cara verso de menino
sussurro num ouvido surdo

pedra dura
pedra dura
se eu bater
minha mão é que vai quebrar

que quebre!
pra que serve uma mão
sem ter o quem pegar?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

FUGA FRUGAL

Não me admira
que o que mira
no oculto
esteja
ou seja

o que não sei
não saberei
se soubesse
ou se fosse
ou se foi

eu me fui
eu não irei
e nem iria
sorriso
em manhã fria

em manhã triste
de fim de carnaval
minha quinta música
minha quarta
de cinzas

minhas cinzas
de quinta
categoria
não me admira
não me admiro

quinto quinteto
na quinta fria
meu quieto quintal
beijo frugal
quinto elemento!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

NÃO TE CONTAREI O QUE JÁ SABE

Mas agora?
o juiz com o apito à boca

eu te esperava?
eu te queria?

ah tudo de novo!
o mesmo velho
repetir
pedir
calar
quedar

Ainda não entendeu?
não arrisca
um risco
um traço
no dizer o que seria
no dizer o que será?

Arrisco
há risco
me risco e arranho
e apanho
não o que peço
não o que ganho

ainda não
sabe?
não esperei
agi
errei
o que é?
não sei
mas o que não é
já sei

pense rápido
antes que o juiz apite
ainda não sabe?
arrisque
dê um palpite.