Quando no escuro
tateando
tendo o vazio vazando
transbordando
quando não sabe as respostas
das perguntas que ignora
quando não vemos a hora
quando não vemos o que foi
não tenha pressa da luz
não tenha pressa da nota
dessa prova imprevisível
dos receios
faça recreios
dos enganos
faça seus panos
o vazio se preenche
de maneira inesperada
não tenha pressa da luz
não tenha pressa de nada
o mesmo mais importante
é o primeiro passo de volta
ainda que muito distante
no seu retorno pra Casa.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
FRUTO PROIBIDO
Árvore frutífera
cujo nome nunca direi
não será dito
o nome do fruto
o nome da flor
teu nome?
não ouvirá
foi um lâmpiro
fruto de embriaguez
te achar assim
tão fruto
que nunca desfrutarei
nos batuques
nos botecos
minha sublimação
em copos de vidro baratos
em olhares perdidos
irrecuperáveis
da Árvore o nome?
existe?
inominável
eu bem o sei
mas não direi
pra que não saiba
na hora surda
a sua primeira
não me desvendes
a próxima parada
a próxima estação
do ano
de trem
de tudo parado próximo
de tudo que quedas
longe
bem foi uma surpresa
achar o produto
dessa Árvore
seu fruto encoberto
de adereços tão frívolos
e ver que na polpa
profundo mistério
sua dissimulada
doce e suculenta
semente e sedução
mas não tente
jamais
nunca
sempre neguei
negarei
o nome
a hora
do fruto adoçando
a boca que seu nome não dirá.
cujo nome nunca direi
não será dito
o nome do fruto
o nome da flor
teu nome?
não ouvirá
foi um lâmpiro
fruto de embriaguez
te achar assim
tão fruto
que nunca desfrutarei
nos batuques
nos botecos
minha sublimação
em copos de vidro baratos
em olhares perdidos
irrecuperáveis
da Árvore o nome?
existe?
inominável
eu bem o sei
mas não direi
pra que não saiba
na hora surda
a sua primeira
não me desvendes
a próxima parada
a próxima estação
do ano
de trem
de tudo parado próximo
de tudo que quedas
longe
bem foi uma surpresa
achar o produto
dessa Árvore
seu fruto encoberto
de adereços tão frívolos
e ver que na polpa
profundo mistério
sua dissimulada
doce e suculenta
semente e sedução
mas não tente
jamais
nunca
sempre neguei
negarei
o nome
a hora
do fruto adoçando
a boca que seu nome não dirá.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
IMPOSSÍVEL ACASO
Acaso já amou o impossível?
numa noite escura
já clamou pelo sol que não virá?
acaso já amou aquilo
que ao alcance da mão
fugidio
ausente
feito gasoso
que de sonho
pura dissipação
sua matéria.
Acaso já amou o inefável
o não realizável
o infazível?
o que sempre destoa
o que não se harmoniza
o inconciliável?
o que pretendia
o que nunca disso passou?
o que nunca?
o que é isso?
Acaso já amou o proibido?
o proibido pra menores
aquilo feito com moderação.
Acaso já inutilmente amou
como amo
esse inútil instante
sem arrependimento?
numa noite escura
já clamou pelo sol que não virá?
acaso já amou aquilo
que ao alcance da mão
fugidio
ausente
feito gasoso
que de sonho
pura dissipação
sua matéria.
Acaso já amou o inefável
o não realizável
o infazível?
o que sempre destoa
o que não se harmoniza
o inconciliável?
o que pretendia
o que nunca disso passou?
o que nunca?
o que é isso?
Acaso já amou o proibido?
o proibido pra menores
aquilo feito com moderação.
Acaso já inutilmente amou
como amo
esse inútil instante
sem arrependimento?
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
NUMA NOITE
Na noite em que você voltou
eu te tomei pela mão
ungido pelo mesmo fogo
na noite em que você voltou
não dissemos palavra
o mesmo ato corriqueiro
tão íntimo cotidiano
quietos, mudos
movidos pelo mesmo instinto
anterior a essência
do primeiro dia
da primeira hora imprevisível
Na noite em que você voltou
como se nunca tivesse ido
como se fosse ontém
como se fosse hoje
sem antes nem depois
de amanhã
eu já sabia
na noite em que você voltou
de onde nunca havia saído.
DIFUSO
Foi na festa que não fui
que não foi
que na festa
que não
foi esta
A fantasia
que não foi
ainda guardo
pra um dia se realizar
ainda aguardo
indo ainda
nessa tardia
tarde ou noite
o que fizer
da sua espera
esfera
fera
mordida sem dentes
banguela
sem bengala
tanto o escuro
como o dia
alimentam sua cegueira
e nenhum oftalmologista
vai te devolver o sabor das coisas
sua obturação
sua obtusidade
sua vã esperança
falida
numa falácia
fuleira
fulana
fulo
e outras chulidades
não valem um neologismo
quando verso
quando um verso
quando ao inverso
do universo
verso único
não valerá
o meu anverso
não valeverso
o que diverso
difuso uso.
que não foi
que na festa
que não
foi esta
A fantasia
que não foi
ainda guardo
pra um dia se realizar
ainda aguardo
indo ainda
nessa tardia
tarde ou noite
o que fizer
da sua espera
esfera
fera
mordida sem dentes
banguela
sem bengala
tanto o escuro
como o dia
alimentam sua cegueira
e nenhum oftalmologista
vai te devolver o sabor das coisas
sua obturação
sua obtusidade
sua vã esperança
falida
numa falácia
fuleira
fulana
fulo
e outras chulidades
não valem um neologismo
quando verso
quando um verso
quando ao inverso
do universo
verso único
não valerá
o meu anverso
não valeverso
o que diverso
difuso uso.
Assinar:
Postagens (Atom)