segunda-feira, 27 de agosto de 2012

FRUTO PROIBIDO

Árvore frutífera
cujo nome nunca direi
não será dito
o nome do fruto
o nome da flor
teu nome?
não ouvirá

foi um lâmpiro
fruto de embriaguez
te achar assim
tão fruto
que nunca desfrutarei

nos batuques
nos botecos
minha sublimação
em copos de vidro baratos
em olhares perdidos
irrecuperáveis

da Árvore o nome?
existe?
inominável
eu bem o sei
mas não direi
pra que não saiba
na hora surda
a sua primeira
não me desvendes

a próxima parada
a próxima estação
do ano
de trem
de tudo parado próximo
de tudo que quedas
longe

bem foi uma surpresa
achar o produto
dessa Árvore
seu fruto encoberto
de adereços tão frívolos
e ver que na polpa
profundo mistério
sua dissimulada
doce e suculenta
semente e sedução

mas não tente
jamais
nunca
sempre neguei
negarei
o nome
a hora
do fruto adoçando
a boca que seu nome não dirá.

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