domingo, 23 de fevereiro de 2014

FORTALEZA DE VERDADE

Franco
ou fraco

o que francamente
leva ao fracasso?

o que da verdade: aço
desfaz-se laço?
uma corrosão
brotou num friso
e assim mesmo
dito em riso
desmanchou dureza
dizendo a certeza
do sabido.

Francamente,
mas,
fracamente
fraca a mente
que mente
oculta
catapulta
o sentir latente.

Fraco
se franco

se o forte omite
se insiste
o parecer
e que ser parece
ser!

Franco
mas tanto
mas tonto
que o tato
que o ponto
do fraco
é ser forte

que se importe!
que se tente
há de lhe doer um dente
por ser crente
e insolente
e tente
dentro de toda escureza
ser forte
com franqueza!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

CONTRA-MENSAGEM

Eu não preciso desse mar salgado
eu não navego!

Dessas dores destiladas ao largo
eu não carrego

mais que o meu fino esqueleto
suporta um prego

que apregoa sua voz insistente
dizendo nego!

Essa sombra que flutua num abismo
abismo cego!

Um caminhar em linha de trem;
eu não sossego

a cada estação parada
eu me encarrego

de fruir, sorver, sofrer
e escorrego

por entre onde antes
um talvez flutua um ego

mais forte que eu
ao qual me apego

e me deixo  levar
mas não navego!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

SUBJETEZA

Com que certeza
dirá da beleza

saberá a medida?
sabe a natureza?

qual o objeto?
qual subjeto?

que ato
e que fato

ou substrato
terá a beleza?

Quem registrado
veio marcado?

terá insígnia?
metonímia

terá clareza?
a voz incerta

com que se diz:
beleza?

seu inexato
desenho e reza

cartilha estreita
que pouco preza

e que exclui
os que marcados

que ignoram
seu grupo e tribo

a margem vagam
na escureza

dos que eleitos
na natureza

vagam e desdenham
dos que exclusos

pela estreiteza
a parte vivem

e aguardam
redenção outra

que não tristeza
do que convem

ser a beleza.