terça-feira, 5 de novembro de 2013

FUTURO DO PRETÉRITO

o sabor ficou guardado
em velhos tachos de antanho

e uma saudade sem tamanho
retine no que foi passado

umas cartas antigas
de um tempo sem verbo

as vozes mais amigas
de que me assoberbo

esvaziam o palácio
do seu reino modesto

calam-se as palavras
ecoa o gesto

e todo o resto
vazio em envelopes amarelos

eu não sabia
que canções tão frias

diversas de teu modo rude
fossem relíquia de lembrança

a reavivar minha andança
de um tempo que não vivo

mas que tão perto
ficando vai em tua ausência

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