terça-feira, 23 de abril de 2013

NO OLHO DO FURACÃO

Mudo
não mudo
o mundo

Grito
no mato
no monte

não chego a me ouvir
a me entender
se responder 
ao que não sei
perguntar

Atento
tento
o intento

no vento gelado de abril
lágrimas quentes
cavam o solo

a pauta
o ponto
de interrogação
final afinal?

Conquistado?
Quitado?
sua parcela vã
sua mora
sua demora

um ciclone sopra lá fora
mais bagunça faz
na alcova
vira de pernas para o ar
o ar me falta
e na falta
paira
mudo
o argumento

que canta o vento?
que encanto
que encontra
na conta
no conto?

no canto
planto
meu pobre sítio
cada semente
morre primeiro
nasce é depois.

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