Mudo
não mudo
o mundo
Grito
no mato
no monte
não chego a me ouvir
a me entender
se responder
ao que não sei
perguntar
Atento
tento
o intento
no vento gelado de abril
lágrimas quentes
cavam o solo
a pauta
o ponto
de interrogação
final afinal?
Conquistado?
Quitado?
sua parcela vã
sua mora
sua demora
um ciclone sopra lá fora
mais bagunça faz
na alcova
vira de pernas para o ar
o ar me falta
e na falta
paira
mudo
o argumento
que canta o vento?
que encanto
que encontra
na conta
no conto?
no canto
planto
meu pobre sítio
cada semente
morre primeiro
nasce é depois.
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