Você que faz versos
tão tristes
fala de tudo
da mesma coisa
tão tantas vezes
tão repetidas
Eu que na falta
tão reincidente
tão reticente
mesmas feridas
No meu jardim
quase nunca é primavera
mas sempre espero
sempre espero
o meu mergulho
meu grito rouco
meu verso louco
meu tempo pouco
sempre ao lado
enviesado
uma resposta
mesmo incomposta
minhas grosserias...
me carregar é tão difícil
pois raro afago
verso não há
cardo bilhete
que dê surpresa
nem nunca veio
que pelo meio
mas é vazio
que o copo está
que nunca enche
que nunca ancho
ache meu eu
No meu jardim
minhas vontades?
vontades muitas
nem só as minhas
mas no ramerrão
meu duro jeito
de incompletar
se completando
sem verso pronto
sem entendimento
tem seu momento
de se levar
mesmo sem forma
mesmo sem fôrma
que te ampare
mesmo sem jeito
também é amar.
Um comentário:
Lindo!
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