segunda-feira, 13 de setembro de 2010

MAIS DO MESMO

Viram como o Dráuzio Varela anda empenhado em sua campanha política para a presidência da república... Ih, não é o Dráuzio, é o José Serra. Sempre confundo os dois. Enfim, me consterna o empenho do candidato em buscar algum vínculo entre a quebra do sigilo fiscal dos seus com a campanha de sua adversária Dilma. Até agora não encontraram vínculo e a população não se convenceu.

O certo é que essa é a campanha dos sem carismas. Fora os personagens de comédia, Eymael, Levi Fidelix etc, os que realmente têm alguma chance esbanjam antipatia. Serra com a mesma careta e fleuma de sempre além de seu interminável gesticular de mãos; propostas? Vocês viram alguma? Se virem avisem, também gostaria de ver. Sobre educação, teve ele a cara de pau de dizer que vai pôr duas professoras em salas de aula primárias. Vamos ser inteligentes, pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), a educação primária é de responsabilidade dos municípios, dizer em rede nacional que o governo federal vai garantir isso num país do tamanho do nosso soa no mínimo irresponsável quando não mentiroso. Dilma, coitada, carrega a antipatia estampada em seu sorriso falso. Lula, que sozinho tem mais carisma que todos os presidenciáveis juntos, a está elegendo, sem sombra de dúvida. Nem bem se concluiu o PAC ela já fala em PAC 2. Quem suportará? Originalidade de propostas também não é seu forte, é a estampa declarada do continuísmo “Avançar mais... avançar mais”; seu mérito reside nas ações, se for eleita, de seu antecessor. Quem era Dilma antes de Lula? Marina Silva que transita entre fleumática e melancólica carrega consigo uma bandeira deveras contraditória. Como apaziguar desenvolvimento nos moldes de um modelo capitalista com a sustentabilidade ambiental? A própria fome de escala do modelo capitalista, ainda com todas as boas práticas ambientais, tende a exaurir suas fontes. Somos 200 milhões hoje e quando formos 1 bilhão? E claro que essa questão não se coloca no imediatismo da campanha eleitoral, no entanto, quem empunha uma bandeira verde deve começar a se questionar se esse modelo de consumo e desenvolvimento é compatível em longo prazo. Talvez seja mais uma utopia e acho que não temos tempo mais pra elas.

Depois dos três anteriormente citados, temos os pangarés que correm por fora, mas sem nenhuma chance de vencer o páreo. É a caixa baixa. Cheios de propostas e bandeiras sociais, carregados de originalidade em suas colocações, tal qual o PT quando não tinha possibilidade alguma de alcançar o poder, talvez por isso mesmo possam propor coisas do tipo: moratória da dívida, estatização de empresas, quebras de monopólios, implantação de um modelo socialista em nosso país, como se essas transformações pudessem ser feitas por decreto, sem nenhum tipo de engajamento da sociedade.

Enfim, desde a reabertura, estas são as eleições presidenciais mais insossas já realizadas. Não há nada de novo no front de nossa esquálida política. Nem em candidatos, nem em propostas. Dos dois mais fortes postulantes o sentimento que temos é que são uma confusa mistura do mais do mesmo. Fora o gênero, masculino e feminino, suas campanhas não diferem em termos estruturais: manutenção da estabilidade econômica, crescimento econômico etc. Até mesmo a forma que propõe fazer não soa muito diferente; PSDB e PT, ao que se vê, erraram em não conduzir uma única campanha que aglutinasse sua fome de poder, pois é a única coisa que justifique a disputa entre eles. As mudanças a que tanto se arvora não virão de nenhum dos dois lados. A única possível mudança, se ocorrer, será no pronome de tratamento caso a Dilma, a filha do filho do Brasil (temos uma neta do Brasil?), seja eleita. Será comum ouvirmos a senhora excelentíssima presidente do Brasil...

Um comentário:

lu disse...

hauhauahu ri muito com o Drauzio, na verdade parei tentando lembrar de quando o ele havia sido candidato..rs