quarta-feira, 2 de março de 2011

ADMIRÁVEL IRAQUE NOVO

Agora falta cortar o queijo pois a faca está na mesa. Os defensores da democracia mais uma vez entram em ação, dessa vez na Líbia, pobre país africano, “sem” petróleo, “sem” nada. Sob a forte argumentação de auxílio humanitário a marinha, notem a marinha norte-americana manobra na costa da Líbia. As crescentes ondas de protesto em grande parte do mundo árabe em busca de maiores liberdades individuais abriram portas e possibilidades para as águias e raposas entrarem no cenário da nova colonização democrática.

É isso, o modelo de colonização do século XXI, vem sendo construído sobre o alicerce democrata. Não há o interesse aqui, no entanto, de defender déspotas do nível de um Kadafi ou qualquer similar que se perpetua no poder. O que causa interesse e curiosidade é que as duas atuais frentes de defesa da democracia patrocinadas pelo “sonho” americano só produziram revolta popular, morte, mais guerra, resistência insana e pobreza. Mas a nobre missão de levar a democracia, a liberdade a todos os povos – trazendo a tiracolo é claro, todo um arcabouço de empresas que não têm interesse algum na riqueza dos paises devastados por tais guerras – urge sobre qualquer outra prioridade.

Nesse ínterim países inteiros do chamado Chifre da África, o Sahel e outras tantas regiões africanas sucumbem à própria sorte depois de anos de exploração desenfreada. Nas barbas norte-americanas o Haiti, muito antes do terremoto devastador que funcionou como uma pá de cal naquela esquálida nação, já se afogava numa miséria permanente desde quase os primeiros contatos com povos europeus. Ah! Mas a democracia! Esse facho mágico de luz que produz liberdade e dignidade aos povos. É compreensível que as ricas nações ajudem a Líbia que há mais de quarenta anos não bebem do mel democrático e tenham dificuldade em localizar nos mapas onde fica o Haiti.

No Iraque eram as armas de destruição em massa – que até hoje ninguém encontrou; na Líbia é ajuda humanitária à massa que apesar do uso da força, parece entender seu papel na construção de seu país. Mas a fome do império espreita mais um país produtor de petróleo com suas velhas máscaras e multi motivos, sua bondade absurda e seu desinteresse heróico que tanto afegãos quanto iraquianos conhecem muito bem.

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