segunda-feira, 16 de maio de 2011

DESTITUIÇÃO

Tudo ornado
o reino, a chancelaria.

Mas há algo errado
pra se começar nova dinastia.

Um cheirar podre?
colóquios secretos?
Já nem nascida,
uma conspiração?

A pedra que se bate oca
o verbo que me cala boca

uma inconfidência
suas reuniões
não me sobra o tempo
que constituição?

Na sala, o trono
uma coroação
no paço
uma rebelião
no peito
o prenúncio do não.

Tudo desordenado
a casa
o peito
o reino

não haverá princesa
não haverá bandeira
não haverá brasão

haverá o rei
louco e abandonado
como um cão.

Um comentário:

Lilly - Liló disse...

Muito belo este poema. :)