Salpico de sol
meus dias de chuva
minha força guardo
em xícaras de café
seus escrúpulos de botequim
traídos por retina
de menina
meus versos de ancião
numa manhã de inverno
solstício de verão
Eu te digo
pra não convencer
digo pra vencer
essa reticência
que congela meu oxigênio
que engasga
minha fala infantil
que apaga meus desenhos de junho
Venci falante
essa procela calada
que revolve
esse fundo
que retira esse lodo
das paredes brancas?
Chove no deserto
se eu vou?
se tu vais?
tampouco isso importa
o que mais interessa
é a verdade que boia
como a cortiça
maciça
em nossa bacia
transborda agua fria.
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