Com
certa surpresa acabo de ler “FELIPE DAUDT – ARMADILHAS DA MENTE”, do escritor,
motociclista e amigo Edris Vasconcellos. Digo surpresa, mas uma boa surpresa.
Há um ano, ganhei, de um grande amigo em comum, como presente de aniversário, o
segundo livro do sempre inventivo Edris Vasconcellos. Na minha caótica, mas
eficiente, forma de organizar minha leitura, o livro, de 231 páginas permaneceu
estacionado no criado mudo de minha cama por pouco mais de um ano, enquanto eu,
me debruçava na leitura já iniciada da saga Harry
Potter. Finda a saga, ainda não foi a hora de lê-lo, segundo a desordem de
minha cabeça, na priorização dos livros que aguardam meu escasso tempo para leitura.
Nesse ínterim, li uma edição de bolso da Divina
Comédia, de Dante Alighieri, e nisso gastei mais tempo que o planejado.
Mas
enfim, iniciei a leitura de Felipe Daudt – armadilhas da mente, de maneira
um pouco preguiçosa e confesso, mais por consideração ao amigo que por fome de
leitura. Porém, foi como se tivesse tomado um tapa. Aquele livro, que
descansou, pacientemente ao pé da cama, por mais de um ano, me arrebatou no
segundo capítulo. Minha leitura, sempre preguiçosa e descontinuada, tornou-se
caudal, ansiosa e, dentro do possível, frequente. Me peguei carregando o volume
para todos os cantos, no afã de que, havendo um tempo, mínimo que fosse, eu
pudesse ir desvendando aquela história, intricada, misteriosa, bem narrada e
repleta de reviravoltas.
Edris
Vasconcellos, mostra em seu segundo livro, uma habilidosa capacidade de enredar
uma trama envolvente, intrigante, ao mesmo tempo que leve, fácil de ler e com
um desfecho surpreendente. Tudo isso, tendo como pano de fundo, sua cidade
natal, que ele mostra ser um profundo conhecedor, além do universo dos
motociclistas e seus grupos onde cultuam a fraternidade, amizade e ajuda mútua.
De tudo que surpreende no livro, o que me causou maior impacto foi a evolução.
Quando comparamos seu primeiro livro, O
Anjos sem asas, com esse magistralmente construído, é gritante a evolução
de Edris Vasconcellos enquanto escritor. Em O
Anjo sem asas, temos também uma bela história, repleta de lições e
paralelos com os dramas vividos todos os dias por muitos de nós, porém, numa
narrativa mais simples, linear e quase pueril. Já em Felipe Daudt – armadilhas da mente, temos um romance de corpo e
vulto, delineando uma maturidade criativa e propensa a voos mais altos no
universo literário.
Por
fim, o livro que iniciei de forma preguiçosa, deixou, além da grande surpresa,
um já conhecido gosto de quero mais. Uma saudade gostosa de seus personagens e
arremates inesperados. Semelhante ao seu subtítulo, para mim, foi uma grande
armadilha, não da mente, mas da literatura e do trabalho e esforço do amigo e
amante da literatura de das motocicletas Edris Vasconcellos.
Edris,
espero que continue nos prendendo em muitas outras armadilhas literárias.
Obrigado.
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