quarta-feira, 10 de outubro de 2018

SACOLEJOS DE UMA CEGA VIDA

Me acuda
me sacuda
como culpe
me desculpe

Não vejo todas as coisas
e das que vejo, muito do tempo embaça
a vista cansada compreende o mundo
de um modo equivocado
avesso à vezes
enviesado

por mal não faço tais coisas
é mais uma visão diversa
não veja culpa, veja a seu modo
que também é grande jeito de ver
por outro lado
diferençado

Me desculpe
me sacuda
como culpe
me acuda

Maldade não entenda
em atos meus desavisados
entenda talvez displicência
sem tê-la então por essência
dos feitos humanos
atravessados

muito temos na vida
em busca de acerto
caminho estreito trilhado
tropeços e outros mal feitos
saem por concerto
errados

Me sacuda
me desculpe
me acuda
como culpe

mesmo atados passos
em tropeços temos chegado
não por objetivo
não por certo destino
apenas que são caminho
nessa distante jornada
que cegos temos trilhado

mas sigamos
mãos firmes e dadas
a linha de norte é de fronte
se corta rente ao horizonte
desse incógnito mapa traçado
que pro entre idas e vindas
nosso existir é marcado

Como culpe
me acuda
me desculpe
me sacuda.

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